No final do encontro um manifesto que expressa as principais reivindicações da Conferência foi aprovado. Nele, os delegados e delegadas concluem que acumulam-se conquistas e avanços de direitos e políticas públicas mais incisivas na perspectiva de gênero. Porém, fazem uma análise de que o caminho ainda é longo na superação das expressões cotidianas da opressão à qual continuam submetidas as mulheres.
Uma das principais preocupações apontadas na Conferência é quanto à violência contra a mulher. Estatísticas mostram que a cada duas horas uma brasileira é assassinada e o Brasil possui o sétimo maior índice mundial de assassinato de mulheres. Além disso, a cada cinco minutos uma brasileira é agredida.
O manifesto aprovado expressa essa preocupação: “Foram registradas, no ano passado, 48 mil agressões contra mulheres das quais 68,8% aconteceram em âmbito doméstico e quase 30% foram praticadas pelo marido ou companheiro”.
Luta por igualdade
Uma sociedade justa, livre e igualitária é o objetivo, com equidade entre homens e mulheres como parte do projeto de desenvolvimento com promoção da distribuição de renda, com valorização do trabalho, ampliação da democracia e a superação das desigualdades e discriminações de todos os tipos.
Neste contexto o manifesto expõe a “histórica sub-representação feminina nas esferas de decisão na sociedade” o que se constitui como uma das limitações democráticas do país. Segundo o manifesto aprovado, apesar de as brasileiras serem mais da metade da população, portanto maioria do colégio eleitoral, representam apenas 8,7 % da Câmara de Deputados e 14,8% do Senado Federal. No Legislativo Estadual são apenas 12,85% e as prefeitas correspondem apenas a 9,2% entre gestores municipais.
“A participação das mulheres na vida pública acontece mantendo as desigualdades. As brasileiras representam 41,7% da população economicamente ativa, porém mais da metade das trabalhadoras urbanas e rurais não usufruem o direito à aposentadoria por tempo de serviço em decorrência de constituírem a maioria do contingente de trabalho informal. Persistem as diferenças salariais entre homens e mulheres, exercendo as mesmas funções”.
"Importantes quadros do partido em nível Nacional e de todos os Estados, entre homens e mulheres, se somaram nesse importante debate. Painéis com estudiosas do tema, provocaram um debate rico, desnudando uma realidade que, no dia a dia passa batido. Desnaturalizar a violência, o preconceito e a opressão é uma das formas de enfrentar esse atraso que sufoca o potencial produtivo de muitas mulheres e imobiliza sua vida e felicidade. Esse é o papel de todos nós", comentou Rosane Simon.
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