Rosane Simon, Junior Piaia, Terezinha Castoldi e Ângelo Schiavo |
Organizada pela Secretaria da Mulher do PCdoB de Ijuí, a etapa municipal da 2ª Conferência Nacional Sobre a Emancipação da Mulher aconteceu nesta quinta-feira (03), no plenário da Câmara de Vereadores.
Coordenada pela Secretária da Mulher, Terezinha Castoldi, a conferência tirou 16 resoluções para serem encaminhadas a etapa estadual, no próximo dia 12. A mesa foi formada pela vereadora Rosane Simon, pelo presidente do PCdoB de Ijuí Ângelo Schiavo e pelo vice-presidente estadual do Partido Junior Piaia. Além de militantes e amigos de Ijuí, estiveram presentes militantes de Nova Ramada e representantes da Casa AMA (Casa de Auto Mutuo Ajuda), da APV (Associação de Protetores da Vida) e do Sindicato dos Comerciários.
Terezinha Castoldi abriu a conferência, lembrando os 90 anos do PCdoB, os 80 anos do direito ao voto feminino e o momento, em que pela primeira vez uma mulher preside a nação. Terezinha também saudou o ambiente democrático e progressista que vive o país: “Todos os grandes avanços conquistados pelas mulheres foram em governos democráticos”. Ângelo Schiavo foi o primeiro a falar. Para ele o tema é marcado por muita dificuldade de compreensão na sociedade o que coloca muitas vezes a questão da mulher como uma questão menor. “Precisamos debater ações e políticas públicas que promovam igualdade. Mesmo no PCdoB, apesar de termos grande proporção de mulheres em nossa militância, a participação não reflete a importância que o Partido dá a esta questão”.
Piaia: "Luta por uma sociedade justa e igualitária". |
“Esta é uma célula de luta que temos que reproduzir em outros debates para aproximar mais pessoas e entidades para nos ajudar nesta questão”, disse a vereadora Rosane Simon.
Em seguida Rosane Simon e Lúcia Crescente fizeram a apresentação do texto base da conferência. O texto expressa por qual emancipação a conferência luta. Emancipação política, humana e ligada a um projeto de sociedade com foco na pessoa humana. O desenvolvimento econômico, político, cultural e de gênero deve visar antes de tudo o bem estar social e isto implica num desenvolvimento com distribuição de renda, com valorização do trabalho (valorização do salário, redução das desigualdades salariais e melhorias nas condições de trabalho) e com plena democracia e participação política.
Deve-se também superar as condições desiguais de vida das mulheres, marcadas por discriminação e desvantagens sociais (divisão de trabalho, poder, forma de vida e de prazer), as discriminações e violências contra as mulheres e os processos culturais e políticos nas relações entre os sexos nos espaços públicos e privados (na sociedade e na família).
“Nos moldes da sociedade capitalista não teremos emancipação. Precisamos de uma nova sociedade que mexa nas questões fundamentais na base da sociedade para acabarmos com todas as opressões, não só contra a mulher e promovermos paz e justiça para todos”, concluiu Rosane Simon.
Lúcia Crescente: "Governos devem olhar para a questão da mulher com a importância que ela tem". |
Após a apresentação o debate foi aberto ao público que contribuiu para a formulação de novas resoluções. As principais colocações colocadas foram a necessidade de mais equipamentos públicos como creches e postos de saúde, melhorando o atendimento. O acesso à educação também foi colocado como questão fundamental. Muitas mulheres deixam de progredir nos estudos pela condição de cuidadora da casa. O plenário entende que há necessidade de ações que possibilitem o acesso à educação mas também que reforcem a importância da educação no avanço da sociedade.
Após o debate, as 16 resoluções foram lidas e aprovadas pelo plenário e serão encaminhadas a plenária estadual no próximo dia 12. As prioridades nas políticas públicas demandadas pela conferência são mais espaços de poder, equidade no trabalho, autonomia na família e inclusão no desenvolvimento.
“Queremos caminhar com igualdade, ombro a ombro, homens e mulheres. Tivemos um debate muito produtivo e vamos agora a Porto Alegre colaborar, contruir mais propostas e exigir dos governos que se criem as condições para que as políticas que apresentamos aqui sejam implementadas”, concluiu a Secretária da Mulher do PCdoB de Ijuí, Terezinha Castoldi. 20 delegadas e delegados foram eleitas na planária e representarão Ijuí na plenária estadual.
Veja as 16 resoluções aprovadas pela conferência em Ijuí:
RESOLUÇÕES DA CONFERENCIA MUNICIPAL SOBRE
A EMANCIPAÇÃO DA MULHER
A EMANCIPAÇÃO DA MULHER
Ijuí, 03 de maio de 2012
Em reunião no Plenário da Câmara Municipal de Vereadores de Ijuí, a etapa municipal da 2ª Conferencia Nacional Sobre a Emancipação da Mulher encaminhou e aprovou as seguintes resoluções:
- Pelo fortalecimento das entidades e associações que apoiam a emancipação da mulher em Ijuí (Fórum Permanente da Mulher, UBM , Conselho do direito da mulher, entre outros);
- Pela descentralização das ações da Secretaria Estadual da Mulher e pela constituição da coordenadoria ou secretaria da mulher no Município de Ijuí;
- Urgência no desenvolvimento de Políticas de Saúde Pública com atenção integral a saúde da mulher e o fortalecimento do SUS;
- Pelo desencadeamento de ações estratégicas que visem a diminuição do adoecimento no processo de trabalho especialmente nas áreas de Educação e Saúde onde há maioria de mulheres;
- Pelo cumprimento do critério de prioridade às mulheres chefes de família no Programa Minha Casa minha Vida;
- Pela ampliação da Rede de Proteção à mulher vítima de violência com casa de passagem;
- Pela constituição de comitês de bairro contra a violência da mulher, para que haja atendimento adequado e rápido;
- Pela garantia de escolas e creches públicas de qualidade em tempo integral;
- Pelo fim da desigualdade salarial e em direitos entre homens e mulheres;
- Pela redução da jornada de trabalho para 40h semanais;
- Por uma Educação inclusiva – sem intolerâncias de qualquer tipo;
- Pela valorização do trabalho das mulheres com garantia dos direitos trabalhistas, com igualdade salarial para homens e mulheres, com registro em carteira, com acesso a cargos de direção e redução da jornada de trabalho e com regras da demissão imotivada;
- Desenvolver intensa campanha pela divisão das tarefas familiares;
- Ampliar os debates em parceria com os demais movimentos sociais e poder publico difundindo a concepção Emancipacionista;
- Estimular candidatas(os) comprometidas(os) com a luta emancipacionista das mulheres;
- Criar estratégias de enfrentamento ao assedio moral e sexual no ambiente de trabalho tanto no setor público quanto no setor privado.
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