quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Festa de confraternização será neste domingo
O PCdoB de Ijuí realiza neste domingo uma festa de confraternização entre filiados, familiares e amigos. O encontro será na Sede Campestre do Sindicato Dos Empregados no Comércio, na BR-285, ao lado da ponte sobre o Rio Conceição.
Os convites estão disponíveis na sede de PCdoB. O encontro será no dia 04 de dezembro, a partir das 10 horas da manhã. O cardápio será galeto e salada. “É um momento importante em que reunimos nossa militância para recarregar as energias e também para rever os amigos que nos visitam. Convidamos nossos camaradas para que estejam presentes”, disse o presidente Ângelo Schiavo.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Professores entregam manifesto ao deputado Raul Carrion
Aproveitando a presença do Deputado Estadual Raul Carrion em Ijuí, os integrantes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), componentes da diretoria do 31º Núcleo do CPERS de Ijuí e integrantes da Base da Educação do PCdoB de Ijuí, encaminharam documento ao Deputado Estadual Raul Carrion em que solicitam ao deputado que interceda junto ao governo do estado por uma definição no critério da integralização do Piso Nacional do Magistério, e que assim procure criar condições para resolver a principal causa que levou os professores e funcionários à greve. Os professores revindicaram também que seja estudado o piso dos funcionários de escola e a concessão de um reajuste significativo para estes trabalhadores, elevando o básico e eliminando a necessidade de um completivo para atingir o mínimo nacional. Segundo o documento, estes trabalhadores estão, na maioria das vezes, recebendo somente o salário mínimo nacional, por força de lei. Outra revindicação é a de que seja mantido a garantia do IPE público e a inclusão dos funcionários de escola que estão fora do plano de carreira.
Luiz Etevaldo da Silva entrega manifesto de professores ao Dep. Raul Carrion |
O Deputado disse que o governo aponta no sentido da negociação e chegou a fechar acordo com a diretoria do CPERS, quebrado pela greve. “Vou encaminhar o manifesto e as suas revindicações a bancada governista e vocês podem estar seguros que vamos trabalhar para encontrar uma saída par esta situação atual”, disse Raul Carrion.
Ângelo Schiavo será o coordenador da Macro Regional Missões
Junior Piaia, Secretário Estadual de Organização abriu o encontro, saudando os presentes, elencando os objetivos da reunião e uma apresentação entre os presentes, representantes das direções de sete cidades. Além de Ijuí, Santa Rosa, Tupanciretã, Salto do Jacuí, Tenente Portela, Coronel Bicaco e Cruz Alta estiveram representados.
Raul Carrion |
Para exemplificar, Raul citou o protagonismo do PCdoB nas próximas eleições em diversas capitais do país. Além de Porto Alegre, com Manuela D'Avila, Netinho de Paula em São Paulo, Inácio Arruda em Fortaleza, Flávio Dino em São Luís do Maranhão, Perpétua Almeida em Rio Branco no Acre e Ângela Albino em Florianópolis são possibilidades do PCdoB nas eleições municipais em 2012.
“As vésperas do nosso Partido completar 90 anos, vivemos este momento eleitoral extremamente capilarizado e nosso desafio aqui hoje e organizar e preparar o partido para este desafio”, reforçou o presidente estadual.
Em seguida cada representante fez um relato do cenário eleitoral em sua cidade e das tratativas que estão em andamento para as próximas eleições. Um relatório será organizado pela Secretaria de Organização, a cargo de Junior Piaia, com o diagnóstico da situação eleitoral do partido no estado.
Ângelo Schiavo será o Coordenador da Macro Região MIssões |
A principal função da macro e das micro regiões será a de organizar o Partido, buscando aumentar o número de filiações, fundar o partido nas cidades onde ele ainda não está presente, debater e trocar experiências sobre as possibilidades eleitorais de cada cidade pensando um projeto regional para as próximas eleições e também de formar a militância através do Curso do Programa Socialista. O PCdoB quer chegar a meio milhão de filiados até o próximo congresso nacional em 2013.
O último tema da reunião foi o Curso do Programa Socialista, outra tarefa da macrorregião. Além de organizar o curso básico de formação, o partido fará uma edição do curso de nível um na região, com dois dias de duração e um curso especial para candidatos, que além de afirmar as ideias e as propostas do partido, deverá dar noções de marketing eleitoral, questões legais, prestação de contas de campanha e de atuação política.
A Macro Regional Missões do PCdoB terá encontros mensais. Inicialmente em cada uma das microrregiões, para tomar conhecimento da presença do Partido em cada uma delas e planejamento das ações.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Presidente da CTB-RS reage contra empresários que propõem extinção do Piso Mínimo Regional no Estado
Camaradas, importante divulgar este debate a respeito do Salário Mínimo Regional, que aconteceu no programa ‘Esfera Pública’, da Rádio Guaíba, sob coordenação de Juremir Machado da Silva, em que o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), Guiomar Vidor, criticou a posição dos empresários que passaram a defender a extinção do Piso Mínimo no Rio Grande do Sul. O programa contou com a presença do Secretário Executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-RS), Marcelo Danéris.
Presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, critica pedido de extinção do Piso Regional Foto: Márcia Carvalho |
No debate a respeito do Salário Mínimo Regional, no programa ‘Esfera Pública’, da Rádio Guaíba, sob coordenação de Juremir Machado da Silva, em 23/11, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), Guiomar Vidor, criticou a posição dos empresários que passaram a defender a extinção do Piso Mínimo no Rio Grande do Sul. O programa contou com a presença do Secretário Executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-RS), Marcelo Danéris.
A provocação partiu do vice-presidente da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), Leonardo Schreiner, que fez uma justificativa tendenciosa:
“Quando o Piso Regional foi criado, a situação econômica do Brasil era completamente diferente e nós tínhamos, na época, um salário mínimo que equivalia a 84 dólares, o que era bastante fora da realidade. A partir de um trabalho efetuado pelo governo Lula, que tratou de melhorar as condições do salário mínimo, ele foi sendo reajustado e hoje está em torno de 300 dólares. Então, vivemos uma situação completamente diferente e não enxergamos mais a necessidade de existir um Piso Mínimo no Rio Grande do Sul”, pregou o vice da Fecomércio.
Em sua resposta, o presidente da CTB-RS fez um relato a respeito da importância, não só da manutenção do Piso Mínimo Regional, como insistiu na necessidade da recuperação das perdas ocorridas desde que ele foi instituído durante o governo de Olívio Dutra, em 2001.
“O Salário Mínimo Regional é um importante instrumento de distribuição de renda para a população, pois gera o fortalecimento do nosso mercado interno. Ele aumenta o poder de compra dos trabalhadores que mais precisam: os domésticos, os que não têm categoria sindical organizada ou que têm sindicatos mais fracos. Por isso, consideramos que, além de ser um referencial econômico, ele é também um instrumento social porque vai dinamizar mais a economia, fortalecer o mercado de consumo além de ser, ao mesmo tempo, um processo de distribuição de renda”, disse Guiomar Vidor. E acrescentou:
“É isso o que o salário mínimo desempenha em nível nacional, tanto que foi estratégico, inclusive, no enfrentamento da crise financeira mundial de 2008 e 2009, quando o Brasil fortaleceu o seu mercado interno. Por isso, nós entendemos que, no Rio Grande do Sul, o Piso Mínimo Regional cumpre também esse papel ao fortalecer nosso mercado e, ao mesmo tempo, democratizar a renda. É um instrumento que deve ser utilizado pelo Estado para diminuir as desigualdades sociais, particularmente naquelas regiões que hoje são consideradas as mais pobres”, analisou o presidente da CTB-RS.
O representante do patronato voltou a insistir na tese da extinção do Piso Regional. Disse Schreiner:
“Nossa preocupação é se é legal termos um valor maior em um Estado que fica longe dos principais centros consumidores e que não tem grandes investimentos ainda, nem em infraestrutura, nem em educação. Nós podemos economicamente ter um Piso Regional superior à média nacional? E dentro do Rio Grande do Sul também não há diferenças entre as regiões? Será que a capacidade de pagamento de Caxias do Sul é a mesma de Faxinal do Soturno ou de Lagoa dos Três Cantos?", questionou o vice da Fecomércio.
Mais uma vez, o presidente da CTB-RS foi didático ao responder à provocação do empresário:
“Claro que não. O Piso Regional objetiva puxar para cima os salários que estão abaixo. É lógico que se pegarmos os dissídios de Caxias do Sul, elas não são atingidas pelo Piso, pois são todas superiores a esse valor”, afirmou Guiomar Vidor.
Na sequência, o presidente da CTB-RS lamentou o comportamento errático dos empresários, que só falam em produtividade quando lhes é conveniente.
“O Piso Regional cumpre um papel, sim, nas regiões menos favorecidas do Estado. Porque hoje a dificuldade grande que se tem é na regulação da própria negociação coletiva. Não existe uma maturidade significativa por parte das entidades patronais no que diz respeito a essa questão. Ainda temos que dar um passo muito grande para chegarmos de fato em um processo de livre negociação. Hoje, sequer os trabalhadores têm direito de organização no local de trabalho, o mandato dos dirigentes sindicais está sendo questionado. Então, não existe no Brasil um processo de livre negociação coletiva. Por exemplo, nas negociações da Câmara Temática do Piso Regional, as entidades patronais se negam a discutir a questão da produtividade. Jamais as empresas abriram e se negam a abrir suas contas nas negociações coletivas quando a gente argumenta a questão da produtividade. Por que agora se levanta a questão da produtividade? É lógico que temos diferenças significativas. Desde o início as entidades patronais não aceitaram o Piso Regional aqui no Estado, tanto que entraram com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, a pedido da Confederação Nacional do Comércio”, revelou o presidente da CTB-RS.
O vice-presidente da Fecomércio, Leonardo Schreiner, voltou utilizar argumentos falsos para reiterar o pedido de extinção do Piso Mínino Regional no Rio Grande do Sul.
“Com o passar do tempo, o Rio Grande foi perdendo competitividade e deixou de gerar empregos em comparação a grande maioria dos estados. Pela média brasileira, nós deveríamos ter gerado mais de 630 mil empregos nos dez últimos anos, o que não ocorreu. Por quê? Porque o Piso Regional significa custo e as empresas, em busca do crescimento, saem do Rio Grande em busca de outros estados, principalmente onde a mão de obra é intensiva. Assim, nós ficamos cada vez menos competitivos. Portanto, a posição consensual das entidade empresariais é de que o Piso Regional deveria deixar de existir. Por quê? Pela diminuição de vagas para os trabalhadores, pois reduziu os novos empregos, baixou a renda per capita estadual e dificultou a competitividade das empresas”.
Na resposta do presidente da CTB-RS ao empresário, os ouvintes da Rádio Guaíba tiveram a oportunidade de entender como é mentirosa e retrógrada a argumentação de parte do patronato estadual.
“Cinco estados possuem o Piso Regional: o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Os empresários locais alegam que ele gera problema de competitividade, pois vai aumentar o custo da mão de obra, a nossa mercadoria será mais cara e empresas vão trocar o Rio Grande do Sul por outros estados. Ora, Santa Catarina tem um Piso maior e uma economia menor do que a nossa; o Paraná tem um Piso bem maior do que o nosso. Então, eu pergunto: por que as empresas do Paraná e de Santa Catarina não se deslocam para o Rio Grande do Sul?”, perguntou Guiomar Vidor. E prosseguiu sua argumentação em defesa do Piso Regional:
“A verdade é que esses argumentos não passam de frases repetidas e que não se comprovam na realidade objetiva que nós encontramos na economia do Estado. O Piso Regional é um instrumento importante para nós pela democratização da renda, pelo fortalecimento do nosso mercado interno e de valorização do trabalho. Por isso é que a CTB-RS lançou a campanha pela valorização do Salário Mínimo Regional. Hoje, o grande problema do Brasil não é salário. Se nós analisarmos a relação entre o PIB e a massa salarial. Na década de 80, a massa salarial representava 50% do PIB e hoje ela é 34% ou 35% do PIB. Por aí se vê como decaiu a massa salarial brasileira. Nós precisamos é reforçar cada vez mais a massa salarial, a fim de aumentar o poder de consumo do mercado interno”, finalizou o presidente da CTB-RS.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Deputado Raul Carrion estará em Ijuí nesta quinta-feira
O
presidente do PCdoB-RS, deputado estadual Raul Carrion, juntamente do
secretário de Organização da sigla, Junior Piaia, estará em Ijuí
no dia 24 de novembro para a realização da primeira reunião da
macrorregião partidária das Missões. Participam do encontro
representantes das cidades de Ijuí, Santa Rosa, Cruz Alta,
Crissiumal, Três Passos, Boa Vista do Buricá, Tenente Portela,
Vista Gaúcha, Coronel Bicaco, Nova Ramada, Ibirubá, Tupanciretã e
Salto do Jacuí.
Conforme
o secretário estadual de Organização do PCdoB, Junior Piaia, a
reunião discutirá o projeto eleitoral do PCdoB para 2012 e
analisará as perspectivas de cada município. Também será definida
a estrutura da macrorregião das Missões e a programação para
aplicação do novo Curso do Programa Socialista (CPS).
O
encontro acontece no auditório do Sindicato dos Empregados no
Comércio de Ijuí, as 19:30 horas.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Comitê debateu possibilidades do cenário eleitoral
Reunido no sábado, o Comitê Municipal do PCdoB de Ijuí debateu em sua direção o cenário político municipal, analisando todas as possibilidades de disputa em questão. O partido começa a realizar também debates para a construção de um projeto de governo em Ijuí.
Antes porém, Luis Etevaldo da Silva, integrante da Base da Educação do partido e membro da diretoria do CPERS/Sindicato em Ijuí, fez um relato aos presentes da assembleia realizada na última sexta-feira em que os professores decidiram por entrar em greve. O núcleo do partido entende que este não era o momento para a greve, mas foi voto vencido. Depois, Luis Etevaldo, Agenor e Terezinha Castoldi falaram sobre sua participação na oficina em que o novo curso de formação do PCdoB, com base no Programa Socialista para o Brasil foi apresentado. Elaborado pela Secretaria Nacional de Formação e Propaganda e pela Escola Nacional do PCdoB, o novo curso - que tem como materiais didáticos uma apostila e um vídeo - tem o objetivo de difundir e popularizar o mais importante documento partidário e levar à militância conhecimentos sobre o partido e suas propostas. O PCdoB de Ijuí iniciará os cursos ainda este mês, levando aos bairros e também ao interior do município.
Três cenários eleitorais
Após diversos informes, o presidente Ângelo Schiavo fez um relato dos últimos movimentos políticos e das reuniões que estão acontecendo entre os partidos visando as próxima eleições. O presidente expôs aos presentes três cenários possíveis , segundo as conversações já realizadas.
Além de um novo projeto que reuniria todos os partidos de oposição para enfrentar o atual governo, há a possibilidade de se repetir em Ijuí a coligação entre partidos que compõe a base dos governos Dilma e Tarso Genro, o que significaria a entrada do PCdoB na composição PDT/PT que atualmente governa a cidade. O partido considera também que nenhuma destas duas possibilidade se concretizem e estuda estratégias para isso. Após o relato, a palavra foi aberta aos presentes.
“Tivemos uma reunião muito produtiva com importantes sinalizações da nossa direção sobre qual o rumo que devemos tomar. Não foi um momento de decisão sobre os cenários apontados mas sim um momento de análise e de projetar nossa ação. Reafirmamos as metas do nosso projeto eleitoral, resultado da nossa Conferência Municipal, trabalhando por eleger uma bancada de vereadores do partido no legislativo ijuiense. Temos uma candidatura natural a prefeito e trabalhamos por consolidar a candidatura de Junior Piaia nas próximas eleições”, explicou Ângelo Schiavo.
Por decisão do comitê, o PCdoB dá continuidade as conversações com os partidos. “Buscamos avaliar nossa ação mantendo a unidade de nossa militância e o protagonismo que o PCdoB sempre teve no município”, concluiu Ângelo.
No próximo sábado, dia 26, o Fórum de Debate Amplo, que acontece sempre no último sábado de cada mês debatendo questões da cidade, terá como tema os cargos em comissão na administração municipal. Este fórum dá continuidade a composição de um projeto de governo do partido para Ijuí. O debate será as 9 horas da manhã, no Comitê Municipal.
Ainda nesta semana, na quinta-feira, 24 de novembro, uma reunião da macro regional do PCdoB acontecerá em Ijuí, com a presença do Presidente Estadual do partido Raul Carrion e do Secretário Estadual de Organização Junior Piaia. O evento será as 19:30 horas no auditório do Sindicato dos Empregados no Comércio de Ijuí. No domingo, dia 4 de dezembro, está programado um almoço de confraternização entre a militância do PCdoB.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Orlando Silva: "Vivi um tsunami político"
Reproduzimos abaixo carta do ex-ministro Orlando Silva enviada a Jorge Bastos Moreno, colunista do jornal O Globo.
"Vivi um tsunami político"
Carta do ex-ministro Orlando Silva:
Caro Jorge Bastos Moreno,
Vivi um tsunami político, mas continuei observando o comportamento de instituições e personalidades. Alguns se distinguiram com a coragem de não aderir pura e simplesmente a uma onda. Encontrar solidariedade em quem me conhece seria natural, o que surpreendeu foram posições de alguns intelectuais, artistas, atletas, gente simples do povo e até de parlamentares de oposição
Entre jornalistas não foi diferente. Houve quem sugerisse apurar fatos, valorizar o contraditório e não tratar denuncia como prova. A maneira isenta como você se posicionou nesse processo, com as responsabilidades que você possui, me faz lhe dirigir essa carta. E vou tentar fazê-la chegar a outras pessoas e profissionais. Ela é dirigida a você e a muitos outros.
Como disse, nas últimas semanas, vivi um pesadelo. Tudo começou com a reportagem numa revista semanal que eu imaginava ser apenas mais um ataque político, o que, infelizmente, é rotina em nosso País. Eu estava a caminho de Guadalajara, México, para representar o governo na abertura dos Jogos Panamericanos, onde o Brasil tinha a maior delegação da história numa competição internacional e que contou com grande o apoio do Ministério do Esporte.
Fiquei perplexo com a informação de que a tal revista iria publicar uma acusação de que eu teria recebido dinheiro indevidamente. Era sexta-feira à noite e a publicação sairia no sábado.
Estou acostumado com luta política, com crítica, divergência ideológica, ataques à gestão, antipatia pessoal, insatisfação com estilo...tudo isso eu sempre compreendi. Mas, mentir!? Inventar uma história para atacar a honra de uma pessoa e de um Partido!? Imaginava que luta política tivesse limites, afinal, até na guerra há limites. Estava enganado. A partir de uma farsa, foi organizada uma verdadeira campanha para me derrubar.
Observem: uma revista fez uma reportagem, com direito a chamada na capa, com base em fatos que simplesmente não existiram. Ultrapassamos o limite do absurdo!
E quem eram os porta-vozes das mentiras? Dois personagens da crônica policial de Brasília. Gente que está sendo processada por iniciativas do Ministério que eu dirigia, e de quem exigimos a devolução de dinheiro publico desviado.
Insisto, veja o absurdo: um sujeito foi flagrado desviando dinheiro público...eu determino que seja feita uma investigação...ao final determino que o dinheiro público seja devolvido...o ladrão inventa uma história...uma revista publica a farsa, sem existir nenhuma prova... os meios de comunicação reproduzem a história sem provas e pronto! A mentira ganha ares de "verdade". E começa a campanha "derruba-ministro".
Neguei a acusação, com veemência. Desde o primeiro momento, afirmei não haver provas, porque simplesmente se tratava de uma mentira. Nunca ocorreu o fato relatado pelos bandidos. Os dias passavam, eu reafirmava que se tratava de uma farsa, e, pasmo, acompanhava a maioria dos meios de comunicação endossando a versão dos bandidos, como se fosse dispensável provar o absurdo que diziam. Bastava acusar.
Passado praticamente um mês eu reafirmo minha primeira manifestação: não houve, não há e não haverá provas, porque a denuncia contra mim não passa de fantasia.
A trama montada serviu para atrair o interesse da população, que olha a política com desconfiança. Mas seria necessário outro passo. Seria necessária "uma prova" para desestabilizar minha liderança no Ministério do Esporte. Uma cruzada foi estabelecida por jornalistas que estavam em busca da tal "prova" ou, como alguns gostam de dizer, da "bala de prata" para derrubar o Ministro.
Eu poderia comentar cada uma das centenas de matérias publicadas nas ultimas semanas. Todos os contratos e convênios do Ministério foram revirados. Tudo foi investigado. Diariamente, dezenas de perguntas chegavam das redações da imprensa e nossa assessoria tinha prazos mínimos para responder. E o que é pior, pouco interessavam as nossas respostas, elas eram ignoradas. As matérias já estavam prontas.
Na gestão pública, assim como na gestão de qualquer instituição ou mesmo na vida privada, erros podem ser cometidos. Ninguém está imune a eles. O desafio é identificá-los e corrigi-los. Se observarmos minha trajetória e a de minha equipe à frente do Ministério do Esporte, por cinco anos, veremos muitas conquistas. Mas houve erros e atuamos para saná-los. Cumprimos sempre nossa obrigação.
O foco da trama se voltou para convênios com Organizações Não-Governamentais, as chamadas ONG's. Vale dizer que existem ONG's e ONG's, assim como existem governos e governos. Alguns são mais competentes, outros trabalham de forma mais correta. Quem tem má intenção, nunca chega anunciando: "olha...estou mal intencionado...meus objetivos são sórdidos!" Daí a necessidade de acompanhar, fiscalizar o cumprimento do que foi estabelecido. É o que fazíamos.
Quem se baseou apenas no noticiário, deve imaginar, por exemplo, que o programa Segundo Tempo ocorre apenas em parceria com ONG's. Mas, pasmem, no dia que sai do governo, mais de 90% do Segundo Tempo era fruto de parceria com entes públicos. E quem puder ler os relatórios das auditorias feitas, constatará a evolução ano a ano deste Programa.
Outra coisa inacreditável. As reportagens omitiam algo fundamental: o Ministério do Esporte aumentou a fiscalização, o que permitiu identificar erros e tomar as devidas providências administrativas. Deram ares de escândalo ao trabalho de acompanhamento e fiscalização que realizávamos. Isso serviu para criar instabilidade política e atacar meu trabalho na Pasta.
Nenhuma prova demonstra benefício ao PCdoB por meio dessas entidades. Mas a acusação tem objetivo político, atacar um Partido que tem 90 anos de história e é limpo. Insisto: divergências políticas e ideológicas fazem parte do jogo, mas acusações falsas...ameaçam a democracia.
Na ausência de provas, o que fazer? A saída foi inventar algo que parecesse razoável: a filiação partidária de alguns gestores públicos. De repente, ser filiado a um partido, no caso ao PCdoB, virou "prova de crime". Se o Ministro é do PCdoB, não se pode admitir que um secretário da área seja também. O mesmo vale para entidades. Não se admite que qualquer filiado ao Partido participe de entidade. Isso não é democrático. Os partidos políticos são livres e as pessoas têm direito de se organizar como lhes convier. Quem nomeia secretario é prefeito e governador legitimamente eleito.
Os principais meios de comunicação e muitos jornalistas se comportaram como uma manada. É como ataque especulativo na bolsa de valores. O objetivo: desestabilizar e derrubar o Ministro. E isso foi conseguido. A receita é assim. Primeiro, cria-se um ambiente de escândalo, para comover a opinião pública. Segundo, ataca-se a gestão – de que forma? Ignorando tudo de positivo feito, apontando qualquer erro e superdimensionando-o para desmoralizar o trabalho realizado. Terceiro, pressiona-se o governo, utilizando todas as ferramentas da política, inclusive contradições internas, para alcançar o objetivo.
E se ainda não for o bastante para atingir o que se pretende, lança-se mão de uma reserva no arsenal de guerra contra a honra alheia: ataques à família.
Aqui tivemos um capítulo à parte. Comprar um terreno de R$370 mil, único bem que possuo, com cheque registrado em escritura e construir uma casa de 110 metros quadrados, virou escândalo. Não interessa que numa família as pessoas tenham suas atividades profissionais e suas relações. No afã de alcançar seus objetivos, para alguns vale tudo, até golpes baixos. Poderia dar outros exemplos, mas fico por aqui. O que eles queriam era me desestabilizar emocionalmente e me fazer jogar a toalha.
Durante todo o processo procurei manter a serenidade, não perder a razão, apesar de ataques tão baixos.
Ofereci a abertura de minha vida: sigilos fiscal, bancário, telefônico e de correspondência. Desmontei a farsa contra mim na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Propus a apuração dos fatos publicados pela Comissão de Ética Publica, pelo Ministério Publico e pela Polícia Federal. Foi minha a iniciativa e tentaram inverter a ordem, como se eu tentasse encobrir algo.
Hoje, inauguramos no Brasil uma Inquisição moderna, não interessa a análise racional de processos. O editorial de um jornalão paulista foi ao âmago da questão: "não importam as provas, não importa o processo, a acusação basta". É uma versão atual da famosa frase "às favas com os escrúpulos". O mau jornalismo pode instituir verdadeiros tribunais de exceção, que realizam julgamentos sumários.
Houve tempo em que nossos companheiros eram perseguidos, presos, torturados e até assassinados. Hoje, o método utilizado é a execração pública, o linchamento político, o apedrejamento moral sem que se dê direito de defesa. E, depois, a mídia age como se nada tivesse acontecido, e passa a buscar uma nova presa. Nesses dias, não saiu do meu pensamento episódios como o de Ibsen Pinheiro e da Escola Base.
Ao fim do processo, depois de uma conversa com a Presidenta da Republica, saí do governo.
Percebi interesses contrariados operando nas sombras. Triste, percebi gente de comunicação ser instrumentalizada e dar pouca relevância a fatos e informações. Não se pretendia esclarecer nada, apenas disputar como numa gincana, quem chega ao objetivo primeiro. A quem seria atribuída a queda de um ministro. Como na canção “Faroeste Caboclo”, a “via-crucis virou circo e eu estava ali”.
Talvez eu tenha incomodado interesses políticos e econômicos. Fui pedra no sapato de alguns. Fui vítima da luta política.
A realidade é que saí do governo de cabeça erguida. Pela porta da frente, apesar do massacre vivido. Em minha ultima manifestação, no Palácio do Planalto, disse, olhando nos olhos da Presidenta da República: sou inocente!
Num tempo de inversão de valores, tenho eu que provar minha inocência. E assim o farei.
Serei sempre grato ao carinho e a confiança que recebi de milhares de pessoas, algumas bem próximas, outras que sequer conhecia. É incrível a quantidade de pessoas que se aproximam de mim e diz: acredito em você! A todos, reafirmo: não traí e nunca trairei a confiança de cada um de vocês.
Serei sempre grato ao carinho e dedicação de minha equipe no Ministério do Esporte e de meus companheiros de governo.
Sigo lutando pelos meus ideais. Acredito no Brasil. Volto para São Paulo, para a mesma casa que meus amigos conhecem. Volto para a militância política por um País cada dia mais justo e democrático. Isso é o que me dá felicidade. E é muito bom estar mais perto dos amigos e dos companheiros. E de lá retomo minha trajetória política. A verdade vencerá!
Orlando Silva
Brasília, novembro de 2011
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Conferências do PCdoB/RS e da capital reúnem 800 militantes
A conferencia conjunta do PCdoB/RS e de Porto Alegre realizou-se neste sábado (05) na capital do estado. O deputado estadual Raul Carrion foi eleito presidente estadual do Partido e Adalberto Frasson foi escolhido para estar à frente do PCdoB porto-alegrense. Mais de 700 delegados, entre eles 15 delegados de Ijuí, eleitos pelos comitês municipais de 142 cidades onde o PCdoB está presente, lotaram o auditório Dante Barone, na Assembleia Legislativa. O processo de votação das novas direções foi marcada por uma inovação, pela primeira vez os delegados usaram o sistema eletrônico de votação. Foram instalados 50 terminais de computador no saguão da Assembleia.
As conferências foram um marco para o partido, que está acumulando forças, ocupando espaços e se preparando para o grande embate que virá em 2012. As eleições municipais poderão projetar o PCdoB para um novo e inédito ciclo de crescimento com grande repercussão. Em vários municípios do estado o Partido desempenhará um papel protagonista no processo eleitoral. Em municípios como Caxias do Sul, Pelotas, Passo Fundo, Rio Grande, Bagé, Cruz Alta, Santa Rosa, Canoas, Novo Hamburgo e em Ijuí, onde o nome de Junior Piaia continua sendo um dos mais fortes para concorrer a prefeitura.
Todos Juntos por Porto Alegre
O dia iniciou com a conferência do PCdoB da capital. Com o lema “Todos Juntos por Porto Alegre”, ela foi fruto de mais de quatro meses de debates e reuniões em 70 bases organizadas em segmentos importantes da cidade, o que simboliza a disposição do partido de elaborar um novo projeto para Porto Alegre, que leve em consideração os anseios e propostas da população.
“Não há nada mais transformador do que resgatar em Porto Alegre a ideia de que não é justo uma cidade ser dividida em duas, que não é justo uma cidade com tanto potencial, com tanta gente capaz de construir soluções para os problemas ter tanta gente ainda vivendo em condições precárias nas nossas comunidades, que enfrentam todo o tipo de desigualdade social”, disse a Deputada Federal Manuela D'Avila.
O PCdoB da capital dobrou o seu número de filiados, passando em quatro meses de 2 mil para 5 mil filiados. Esse crescimento é creditado ao amadurecimento política do Partido, que reafirma a disposição de ser protagonista no campo eleitoral em 2012 e eleger Manuela prefeita de Porto Alegre. Como destaca a direção municipal do partido na capital, a política e a militância são a força para o Partido consolidar-se como alternativa política avançada e democrática.
Pacto democrático, democratização da mídia e os 90 anos do PCdoB
Um dos principais pronunciamentos da conferencia foi o do presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo. Ele defendeu a construção de um grande pacto político em defesa da democracia e em apoio a presidenta Dilma, que mostre que a agenda política do país é o desenvolvimento, a distribuição de renda, a democratização da sociedade e sua soberania. “É preciso envolver trabalhadores, empresários nacionalistas, empresários da produção, todos os setores da nossa inteligência, do povo para que tenhamos efetivamente uma política econômica, uma política macroeconômica desenvolvimentista que rompa com a ideia de que a estabilidade só é mantida com juros altos”, disse o dirigente comunista. Outro pacto defendido por Rabelo diz respeito ao monopólio da comunicação. “Para que também sejamos uma nação mais democrática, uma nação que seja respeitada pela sua democracia, precisamos enfrentar o monopólio da comunicação”.
Os ataques que o Partido vem sofrendo por parte dos setores conservadores dominaram os debates na parte da tarde. “Estes ataques vem do campo político conservador, reacionário, que não se conforma com o fato de um partido de esquerda, como o PCdoB, a um só tempo histórico e renovado, ser uma legenda que cresce e se fortalece na sociedade brasileira”, disse Renato Rabelo. “Uma grande armação foi feita contra o nosso ministro Orlando Silva para atacar o PCdoB, contudo, essas forças conservadoras foram surpreendidas pelo poder de reação do nosso partido. Essa é a trajetória do PCdoB: ele se forja diante dos ataques, das lutas maiores. Não é a toa que iremos completar 90 anos de história”.
Ato político encerra Conferências do PCdoB RS e da capital
Ao final das Conferências, um ato político reuniu lideranças de diversos partidos – PT, PR, PSB, PSD, PPL e PMDB. Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, falou da importância de Porto Alegre para o partido e para o país, e afirmou que a pré-candidatura de Manuela D'Ávila à prefeitura de Porto Alegre mostra o crescimento do PCdoB. “Somos um partido de 90 anos que nunca deixou de se renovar. Essa é nossa história, uma história de luta e de vitórias, de desafios”, afirmou.
O governador Tarso Genro falou do momento político do estado do RS e de Porto Alegre. “Já tivemos a experiência de 2008 e não foi boa. Em 2010 foi diferente. Por isso digo que, sem o apoio de PCdoB e PSB a esquerda não teria conquistado a vitória que conquistou ainda no primeiro turno. Em Porto Alegre, a esquerda não pode estar dividida como em 2008. Vamos trabalhar para que isso não aconteça, para que estejamos juntos”, declarou.
Ibsen Pinheiro falou da importância do exercício político e que todos os seus representantes, mesmo de partidos antagônicos, se aproximam na essência: a luta por uma sociedade melhor. Segundo ele, o pior agente do mundo político é aquele se diz apolítico e, assim sendo, não participa das decisões mais importantes e se exime da sua responsabilidade e da sua cidadania.
O vereador Airto Ferronato lembrou que PSB e PCdoB crescem de forma impressionante e sólida no estado e na capital. “Nós já estamos juntos em um projeto que quer uma nova Porto Alegre. E tenho a certeza de que não haverá um centro de convenções capaz de abrigar os encontros de PSB e PCdoB em 2012.
Também estiveram presentes Mari Peruzzo (PPL), Nelcir Tessaro (PSD), Nelson Proença, Emília Fernandes, Raul Pont (presidente estadual PT).
“O crescimento do PCdoB no RS nos mostra que os gaúchos querem mudanças. Ao elegemos Tarso ainda no primeiro turno comprovamos isso. Agora é importante que estejamos juntos nas principais cidades do RS”, defendeu Raul Carrion.
“Podemos fazer em Porto Alegre as mesmas transformações que estamos fazendo no RS e no Brasil. A unidade política, o combate ao conservadorismo, a vontade de termos uma Porto Alegre melhor e recolocada no cenário político mundial é nosso desafio e Manuela D'Ávila tem se mostrado e se consolidado como a melhor alternativa para que isso se concretize”, disse Adalberto Frasson, que por 15 anos esteve à frente do PCdoB estadual e agora assume o PCdoB de Porto Alegre, diante do desafio da eleição na capital.
Para o presidente do PCdoB em Ijuí, Ângelo Schiavo, a 16ª conferência do PCdoB no estado demostrou a força da unidade e do acumulo político do PCdoB. “Saímos fortalecidos com o debate interno e certos que estamos no caminho de construir um projeto de desenvolvimento para o Pais, para o Rio Grande e para nossa cidade. Em Ijuí vamos dar continuidade a construção de um programa para o município, um programa que tenha no norte o desenvolvimento, a participação e valorização dos cidadãos".
De Porto Alegre, Barbara Paiva
Fotos: Flávia Lima Moreira
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Rosane Simon assume secretaria da mesa diretora da Câmara de Vereadores de Ijuí
A Vereadora Rosane Simon retornou esta semana ao legislativo ijuiense, após dois meses de licença em que dedicou seu tempo à questões ligadas a luta dos trabalhadores e em especial à negociação salarial dos comerciários, que neste ano enfrenta uma das mais duras negociações dos últimos tempos, até o momento se acordo. Rosane é também presidenta do Sindicato dos Empregados no Comércio de Ijuí.
Neste período a vaga foi ocupada pelo suplente João Camargo. Camargo apresentou diversos requerimentos relativos a melhorias no interior do município e importantes projetos. Um deles que estabelece a possibilidade do agendamento telefônico de consultas para pacientes idosos com mais de 60 anos e para pessoas portadoras de necessidades especiais já cadastrados nas unidades de saúde do município de Ijuí. O projeto prevê também, prioridade para o atendimento destes pacientes.
Rosane Simon retorna as sessões ordinárias nesta segunda e com o pedido de afastamento do Vereador Marcos César Barriquello, que é o atual secretário da mesa diretora, ela assumira esta função já que foi eleita a 2ª secretária da mesa neste ano legislativo.
Neste período a vaga foi ocupada pelo suplente João Camargo. Camargo apresentou diversos requerimentos relativos a melhorias no interior do município e importantes projetos. Um deles que estabelece a possibilidade do agendamento telefônico de consultas para pacientes idosos com mais de 60 anos e para pessoas portadoras de necessidades especiais já cadastrados nas unidades de saúde do município de Ijuí. O projeto prevê também, prioridade para o atendimento destes pacientes.
Rosane Simon retorna as sessões ordinárias nesta segunda e com o pedido de afastamento do Vereador Marcos César Barriquello, que é o atual secretário da mesa diretora, ela assumira esta função já que foi eleita a 2ª secretária da mesa neste ano legislativo.
terça-feira, 1 de novembro de 2011
DEMEI tem potencial para ser a melhor concessionária de energia do país
O Fórum de Debate Amplo do PCdoB realizado no último sábado teve como tema o Departamento Municipal de Energia de Ijuí. O foco do debate, coordenado por Luis Rodrigo Goulart que é funcionário concursado e integra o quadro técnico da empresa, foi dar aos presentes um panorama da situação geral e dos principais desafios a serem superados pela autarquia.
“Um dos principais problemas enfrentados pela empresa hoje é a falta de uma orientação política. É o Executivo Municipal que determina o modelo de gestão na empresa. Infelizmente tem-se priorizado perfis políticos em vez de perfis técnicos na gestão. Esta opção nos leva à outro problema que a total ausência de um planejamento estratégico para o DEMEI”, explicou Luis Rodrigo. Um exemplo específico da falta de planejamento é a inexistência de um projeto global para a ampliação da geração de energia.
Há, por exemplo, viabilidade para ampliar a geração da Usina de Passo Ajuricaba. A unidade poderia ser ampliada com mais um canal e a substituição dos velhos geradores por novos, mais eficientes. Luis Rodrigo entende que a Usina Velha tem um alto custo de manutenção para pouca geração de energia. Segundo ele a empresa deveria investir na sua automatização, diminuindo assim os custos de produção. “A Usina Velha é um patrimônio da nossa cidade. Deveríamos ter um olhar mais amplo e tornar aquele espaço um ponto turístico, histórico, de lazer e de aprendizado sobre este tema importante que é a geração de energia”, defendeu.
Ele defende também investimento na matriz eólica, pela viabilidade, pela importância da pesquisa em fontes renováveis de energia e pela oferta de financiamento para este fim. “Uma das funções da empresa pública é desenvolver novas tecnologias. Há muito dinheiro disponível para investir neste setor. Logo a bola da vez será a energia solar e ai perderemos de aproveitar estes financiamentos e dar este salto importante em nossa região. Dependemos de projetos e planejamento”.
Segundo ele, o sistema que atende a cidade sequer dispõe hoje de oferta para um grande empreendimento empresarial, por exemplo. Sem uma política prévia de investimento em geração não houve aumento da produção própria e o atraso na decisão de construir uma nova subestação impõe ao município um limite perigoso. “A capacidade da nossa linha de transmissão esta no limite inclusive para a compra de mais energia. Uma solução só virá em 2013”.
Tarifa justa
Luis Rodrigo exalta a reconhecida eficiência da empresa na prestação dos serviços, o que é determinado em grande parte por um quadro técnico muito qualificado, porém desvalorizado. Ele explica que raramente este quadro técnico é consultado e que o quadro gestor, comissionado, tem menor qualificação do que o técnico. “Muitas das deficiências de gestão são compensadas em grande parte pelo quadro técnico. É fundamental uma política de valorização e a criação de uma diretoria técnica bem remunerada”, diz. “Precisamos levar em conta a importância da empresa para o município. As pequenas empresas conseguem atender melhor, com continuidade e confiabilidade. Nosso desafio constante é sermos eficientes para cumprirmos com a determinação da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) de oferecermos qualidade com uma tarifa justa”.
Luis mostrou aos presentes como é calculada a tarifa e explicou que todo o procedimento de calculo é regulado pela ANEEL, sendo que o DEMEI tem uma margem muito pequena para influir no valor cobrado pelo serviço. “A tarifa deve garantir o equilíbrio econômico-financeiro da concessionária de distribuição de energia elétrica. Ela pode ser atualizada por meio de três mecanismos: o reajuste tarifário anual, revisão tarifária e revisão tarifária extraordinária”. O reajuste anual é calculado mediante a aplicação do Índice de Reajuste Tarifário, que repõem o poder de compra da empresa. Já as revisões tarifárias são cálculos mais complexos com o objetivo de analisar, após um período previamente definido no contrato (geralmente de 4 anos), o equilíbrio econômico-financeiro da concessão. No momento da revisão tarifária periódica são calculadas a receita necessária para cobertura dos custos operacionais eficientes e a remuneração adequada sobre os investimentos realizados, com prudência. “A tarifa tem relação direta com a qualidade do serviço prestado e com investimentos em estrutura. Na forma de cálculo estabelecida pela agência reguladora nacional, quanto melhor a qualidade e maiores os investimentos, maior será a remuneração de empresa pelo serviço prestado”.
Pontos críticos tem fundo político
Para se ter uma ideia da importância da empresa para a cidade, basta ver o seu orçamento em 2011. O valor impressiona. São 47 milhões de reais, quase 30% do orçamento do município que é próximo a 173 milhões. “O DEMEI é parte fundamental do orçamento municipal, no que diz respeito ao equilíbrio financeiro geral. Temos uma folha próxima a meio milhão de reais. Sem o orçamento que a autarquia injeta nos cálculos finais do orçamento geral, é quase certo que a lei de responsabilidade fiscal estaria comprometida. Ijuí gasta muito com sua folha de servidores e nosso orçamento maquia o orçamento geral”.
Além disso, a Lei Municipal Nº 3057/94 estabelece um repasse mensal da receita bruta da autarquia ao município no valor de 10%. Neste ano este repasse será próximo a 5 milhões. Com esse dinheiro, em 3 anos, seria possível construir a subestação com recursos próprios, sem depender de empréstimos externos. “Este repasse prejudica a empresa e tem significado o seu sucateamento. Este valor deveria ser investido na distribuição, geração, modernização, em pesquisa e em tecnologia”, sustenta.
O mais preocupante porém é a falta de informação sobre a inadimplência. O valor acumulado estimado de contas não pagas é de cerca de 4,5 milhão de reais. “Temos um alto índice de inadimplentes muito porque não há por parte da gestão da empresa um programa de saneamento desta questão”. “Existem problemas mas temos também muitas virtudes. O DEMEI, se submetido a uma gestão técnica e financeira voltada exclusivamente para a empresa, poderia se tornar em muito pouco tempo, a melhor concessionária de energia do país e um exemplo para o setor”, finaliza Luis Rodrigo.
“Queremos nos qualificar para qualificar o debate sobre a nossa cidade. O PCdoB quer construir a sua opinião utilizando o conhecimento da militância e da população sobre os problemas e sobre as expectativas que todos nos temos, de uma cidade melhor. Nosso debate foi importante e muito esclarecedor”, disse a vice-presidente e vereadora Rosane Simon.
O Fórum de Debate Amplo realiza-se sempre no último sábado de cada mês. A próxima reunião será em 26 de novembro.
Luis Rodrigo coordenou o Fórum de debate sobre o DEMEI |
Há, por exemplo, viabilidade para ampliar a geração da Usina de Passo Ajuricaba. A unidade poderia ser ampliada com mais um canal e a substituição dos velhos geradores por novos, mais eficientes. Luis Rodrigo entende que a Usina Velha tem um alto custo de manutenção para pouca geração de energia. Segundo ele a empresa deveria investir na sua automatização, diminuindo assim os custos de produção. “A Usina Velha é um patrimônio da nossa cidade. Deveríamos ter um olhar mais amplo e tornar aquele espaço um ponto turístico, histórico, de lazer e de aprendizado sobre este tema importante que é a geração de energia”, defendeu.
Ele defende também investimento na matriz eólica, pela viabilidade, pela importância da pesquisa em fontes renováveis de energia e pela oferta de financiamento para este fim. “Uma das funções da empresa pública é desenvolver novas tecnologias. Há muito dinheiro disponível para investir neste setor. Logo a bola da vez será a energia solar e ai perderemos de aproveitar estes financiamentos e dar este salto importante em nossa região. Dependemos de projetos e planejamento”.
Segundo ele, o sistema que atende a cidade sequer dispõe hoje de oferta para um grande empreendimento empresarial, por exemplo. Sem uma política prévia de investimento em geração não houve aumento da produção própria e o atraso na decisão de construir uma nova subestação impõe ao município um limite perigoso. “A capacidade da nossa linha de transmissão esta no limite inclusive para a compra de mais energia. Uma solução só virá em 2013”.
Tarifa justa
Luis Rodrigo exalta a reconhecida eficiência da empresa na prestação dos serviços, o que é determinado em grande parte por um quadro técnico muito qualificado, porém desvalorizado. Ele explica que raramente este quadro técnico é consultado e que o quadro gestor, comissionado, tem menor qualificação do que o técnico. “Muitas das deficiências de gestão são compensadas em grande parte pelo quadro técnico. É fundamental uma política de valorização e a criação de uma diretoria técnica bem remunerada”, diz. “Precisamos levar em conta a importância da empresa para o município. As pequenas empresas conseguem atender melhor, com continuidade e confiabilidade. Nosso desafio constante é sermos eficientes para cumprirmos com a determinação da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) de oferecermos qualidade com uma tarifa justa”.
Luis mostrou aos presentes como é calculada a tarifa e explicou que todo o procedimento de calculo é regulado pela ANEEL, sendo que o DEMEI tem uma margem muito pequena para influir no valor cobrado pelo serviço. “A tarifa deve garantir o equilíbrio econômico-financeiro da concessionária de distribuição de energia elétrica. Ela pode ser atualizada por meio de três mecanismos: o reajuste tarifário anual, revisão tarifária e revisão tarifária extraordinária”. O reajuste anual é calculado mediante a aplicação do Índice de Reajuste Tarifário, que repõem o poder de compra da empresa. Já as revisões tarifárias são cálculos mais complexos com o objetivo de analisar, após um período previamente definido no contrato (geralmente de 4 anos), o equilíbrio econômico-financeiro da concessão. No momento da revisão tarifária periódica são calculadas a receita necessária para cobertura dos custos operacionais eficientes e a remuneração adequada sobre os investimentos realizados, com prudência. “A tarifa tem relação direta com a qualidade do serviço prestado e com investimentos em estrutura. Na forma de cálculo estabelecida pela agência reguladora nacional, quanto melhor a qualidade e maiores os investimentos, maior será a remuneração de empresa pelo serviço prestado”.
Pontos críticos tem fundo político
Para se ter uma ideia da importância da empresa para a cidade, basta ver o seu orçamento em 2011. O valor impressiona. São 47 milhões de reais, quase 30% do orçamento do município que é próximo a 173 milhões. “O DEMEI é parte fundamental do orçamento municipal, no que diz respeito ao equilíbrio financeiro geral. Temos uma folha próxima a meio milhão de reais. Sem o orçamento que a autarquia injeta nos cálculos finais do orçamento geral, é quase certo que a lei de responsabilidade fiscal estaria comprometida. Ijuí gasta muito com sua folha de servidores e nosso orçamento maquia o orçamento geral”.
Além disso, a Lei Municipal Nº 3057/94 estabelece um repasse mensal da receita bruta da autarquia ao município no valor de 10%. Neste ano este repasse será próximo a 5 milhões. Com esse dinheiro, em 3 anos, seria possível construir a subestação com recursos próprios, sem depender de empréstimos externos. “Este repasse prejudica a empresa e tem significado o seu sucateamento. Este valor deveria ser investido na distribuição, geração, modernização, em pesquisa e em tecnologia”, sustenta.
O mais preocupante porém é a falta de informação sobre a inadimplência. O valor acumulado estimado de contas não pagas é de cerca de 4,5 milhão de reais. “Temos um alto índice de inadimplentes muito porque não há por parte da gestão da empresa um programa de saneamento desta questão”. “Existem problemas mas temos também muitas virtudes. O DEMEI, se submetido a uma gestão técnica e financeira voltada exclusivamente para a empresa, poderia se tornar em muito pouco tempo, a melhor concessionária de energia do país e um exemplo para o setor”, finaliza Luis Rodrigo.
“Queremos nos qualificar para qualificar o debate sobre a nossa cidade. O PCdoB quer construir a sua opinião utilizando o conhecimento da militância e da população sobre os problemas e sobre as expectativas que todos nos temos, de uma cidade melhor. Nosso debate foi importante e muito esclarecedor”, disse a vice-presidente e vereadora Rosane Simon.
O Fórum de Debate Amplo realiza-se sempre no último sábado de cada mês. A próxima reunião será em 26 de novembro.
Assista a posse de Aldo Rebelo no Ministério do Esporte
Na posse de Aldo Rebelo, Orlando Silva é aplaudido de pé.
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