Tabela com avaliação do DEM |
O Indicador de Desempenho Global de Continuidade, usado na pesquisa, visa comparar o desempenho de uma distribuidora em relação às demais empresas do país. O indicador permite avaliar o nível da continuidade da distribuidora (valores apurados de duração e frequência de interrupções) em relação aos limites estabelecidos para a sua área de concessão (limites determinados pelas resoluções autorizativas da ANEEL).
“Sabemos que a construção de uma subestação é fundamental para regularizar e aumentar a distribuição de energia no município. Hoje, não temos capacidade para entregar energia para uma nova industria que queira se instalar na cidade, portanto a situação do DEMEI é muito preocupante”, disse a vereadora Rosane Simon.
Em nota, direção do DEMEI culpa árvores
Para explicar a má colocação do departamento, a direção do DEMEI publicou nesta segunda uma nota técnica. Nela, reconhece que a construção de uma subestação é a principal ação a ser realizada para “aumentar a confiabilidade e a qualidade, tanto do sistema de distribuição como da qualidade da energia fornecida pelo DEMEI” e indiretamente, culpa a boa arborização da cidade, como fator para as interrupções de energia. A nota diz que o nosso município é um dos mais arborizados no noroeste do estado, “...no entanto, ao mesmo tempo em que possuímos uma excelente qualidade em nossa flora, temos o contraponto dos inúmeros transtornos causados por esta”. E segue: “no caso do município de Ijuí, os conflitos com arborização e as estruturas urbanas são preocupantes, sobretudo em relação à rede pública de energia elétrica, sendo responsável por mais de 50% das interrupções no fornecimento de energia”.
“Reconhecidamente o quadro funcional do DEMEI é altamente qualificado e o departamento desfruta de uma boa imagem diante da população de Ijuí. Mas me parece que culpar a excelente arborização da nossa cidade pelos problemas de interrupção de energia é encarar com muito pouca seriedade a gestão desta autarquia e a necessidade urgente de investimentos e qualificação na estrutura da empresa”, complementa Rosane Simon.
Podas são a solução?
Ainda na nota o departamento diz que diante do cenário apresentado sobre os problemas com a arborização, “o DEMEI tem aumentado o volume de trabalho direcionado à execução de serviços de podas, de modo a corrigir os conflitos existentes entre a rede pública de energia elétrica e a arborização, até que o crescimento desordenado da arborização possa ser mitigado com a efetiva implantação do plano de arborização do município de Ijuí”.
Para Rosane Simon é preciso reconhecer que a questão das podas possa causar transtornos, mas ela duvida que o problema seja a causa principal da má colocação da empresa no ranking da ANEEL que mede a continuidade do serviço. “Temos um quadro técnico qualificado no DEMEI, que está trabalhando no limite, pois os investimentos estruturais necessários para melhorar e qualificar a entrega de energia não são realizados. Ademais, o plano de arborização foi aprovado na Câmara em julho de 2011, a quase um ano. A implementação dele cabe ao executivo e se ela não aconteceu efetivamente, como dá a entender a nota técnica, e ainda causa problemas na rede de energia, o problema se torna mais grave, pois detecta problemas no DEMEI e na prefeitura”.
O departamento delineia na nota, ações de curto, médio e longo prazo para sanar o problema. A curto prazo, a contratação de empresa especializada para auxiliar as equipes do DEMEI na realização de poda de árvores próximas às redes de distribuição. A médio prazo a implantação de rede de distribuição de média e baixa tensão compacta e multiplexada e a longo prazo o fomento à implantação do plano de arborização no município de Ijuí.
“Creio que a questão dos serviços no DEMEI é muito mais técnica e relativa a falta de investimentos do que pelo bonito do verde em nossa área urbana”, diz Rosane Simon. A vereadora explica que na Câmara o serviço de podas já foi debatido. “Sabemos que existem controvérsias no serviço de podas. Hoje este trabalho é terceirizado. Há estudos da Secretaria de Meio Ambiente que apontam a necessidade de uma equipe própria, concursada, para realizar o serviço, inclusive com maior eficiência e a um custo mais baixo”.
“O momento é de muita preocupação porque dia após dia temos noticias alarmantes sobre a nossa autarquia de energia. O atraso e a demora no encaminhamento da construção da subestação nos dá uma perspectiva pouco promissora e nos coloca numa situação em que apagões possam ser cada vez mais comuns. Precisamos encarar a realidade de forma mais contundente e séria”, concluiu a vereadora.
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