terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sandra Padilha e Rosane Simon juntas em evento pelos 16 dias de ativismo em Ijuí


A convite das vereadoras Rosane Simon e Helena Stumm Marder, a vice-prefeita de Santa Rosa, Sandra Padilha, esteve presente na sessão da câmara de vereadores de Ijuí, na noite desta segunda-feira (07). O gabinete da vice-prefeita é responsável pela Coordenadoria de Políticas para Mulheres naquela cidade. A atividade fez parte da programação dos “16 dias de ativismo” pelo fim da violência contra as mulheres, organizado pelo Fórum Permanente da Mulher de Ijuí.

“Santa Rosa já tem uma longa caminhada e uma experiência exitosa com a coordenadoria da mulher. Como temos a promessa do prefeito Fioravante Ballin de que neste próximo ano a administração de Ijuí irá criar a coordenadora da mulher aqui no município, tivemos a iniciativa de convidar a Sandra para nos falar desta caminhada, da estrutura que Santa Rosa dispõe e dos projetos que estão em execução na cidade”, explicou a vereadora Rosane Simon.

Sandra Padilha veio acompanhada das integrantes da equipe da coordenadoria, Marinês dos Santos, assessora do seu gabinete, e de Andreia Bokorni, psicóloga. Estiveram presentes a primeira dama de Ijuí, Gessi Ballin, a delegada da mulher, Jocelaine Aguiar, e a representante da 17ª Coordenadoria de Saúde, Lúcia Otonelli Crescente.


Em sua fala, Sandra elogiou o município de Ijuí por já ter uma caminhada na questão de gênero, lembrando da histórica atuação do Fórum Permanente da Mulher e a existência de uma delegacia da mulher na cidade. “Fico muito feliz pelo convite e de poder falar para vocês da nossa experiência nesta casa legislativa. Agradeço aos vereadores por reconhecerem a importância deste tema. Fazer política pública para as mulheres é fazer política, indiretamente, para toda a sociedade, pois esta mulher é mãe, é provedora e muitas vezes é a chefe de uma família”. Sandra relatou o processo de criação da coordenadoria, a busca de recursos para a pasta, que possibilitou a instalação de uma casa de passagem para mulheres vítimas de violência, e os projetos que a administração daquela cidade desenvolve nesta área. “A mulher precisa de um atendimento que não é só para ela. Com ela muitas vezes estão os filhos ou a mãe e o pai. Por isso a importância de termos uma rede de atendimento para a mulher”.

A vereadora Rosane Simon salientou novamente a necessidade de Ijuí criar a coordenadoria da mulher, mas também de investir. “Ouvir este relato foi muito bom porque constatamos a importância de termos equipamentos públicos como a casa de passagem, a delegacia da mulher e também a coordenadoria, que junto com outros órgãos ligados a saúde e a educação constituem uma rede de assistência. Tiramos daqui a exata noção da importância política da coordenadoria em promover ações intersetoriais que atuem diretamente sobre o problema e também na produção de projetos que possibilitem a busca de recursos estaduais e federais para serem investidos em estrutura e atendimento para as mulheres”.

 

Sandra pediu o engajamento dos homens na luta contra a violência, citando a campanha do laço branco, movimento masculino pelo fim da violência contra as mulheres, uma atividade mundial executada sempre no dia 6 de dezembro. “Que bom ver que as mulheres estão representadas nesta casa legislativa. Mas é bom também ver que os senhores vereadores estão atentos a esta causa e que certamente irão nos ajudar a avançar nesta questão, também aqui em Ijuí”, finalizou. Todos os homens presentes ganharam um laço branco.


Como começou a campanha do laço branco?*
No dia 6 de dezembro de 1989, um rapaz de 25 anos (Marc Lepine) invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica, na cidade de Montreral, Canadá. Ele ordenou que os homens (aproximadamente 48) se retirassem da sala, permanecendo somente as mulheres. Gritando: “você são todas feministas!?”, esse homem começou a atirar enfurecidamente e assassinou 14 mulheres, à queima roupa. Em seguida, suicidou-se. O rapaz deixou uma carta na qual afirmava que havia feito aquilo porque não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente dirigido ao público masculino.

O crime mobilizou a opinião pública de todo o país, gerando amplo debate sobre as desigualdades entre homens e mulheres e a violência gerada por esse desequilíbrio social. Assim, um grupo de homens do Canadá decidiu se organizar para dizer que existem homens que cometem a violência contra a mulher, mas existem também aqueles que repudiam essa atitude. Eles elegeram o laço branco como símbolo e adotaram como lema: jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos frente a essa violência.

Lançaram, assim, a primeira Campanha do Laço Branco (White Ribbon Campaign): homens pelo fim da violência contra a mulher. Durante o primeiro ano da Campanha, foram distribuídos cerca de 100.000 laços entre os homens canadenses, principalmente entre os dias 25 de novembro e 6 de dezembro, semana que concentra um conjunto de ações e manifestações públicas em favor dos direitos das mulheres e pelo fim da violência. O dia 25 de novembro foi proclamado pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM), órgão das Nações Unidas, como Dia Internacional de Erradicação da Violência contra a Mulher. O dia 6 de dezembro foi escolhido para que a morte daquelas mulheres (e o machismo que a gerou) não fosse esquecida.

*Fonte: Campanha Brasileira do Laço Branco 

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