As camaradas Lúcia Otonelli Crescente e a vereadora Rosane Simon, respectivamente representando a 17ª Coordenadoria de Saúde e a Câmara de Vereadores, ambas da UBM (União Brasileira de Mulheres), realizaram uma defesa veemente da criação de uma coordenadoria da mulher no município de Ijuí, em reunião ordinária do Fórum Permanente da Mulher, nesta terça (03). A coordenadoria é uma revindicação antiga do fórum de Ijuí e a sua implementação é importante por ser através dela que recursos federais e estaduais podem ser buscados para que ações s propostas sobre a questão de gênero possam ser efetivadas no município.
Lúcia Otonelli Crescente, diz que é necessário fortalecer as instâncias que debatem a questão. “Ijuí tem a marca de ser grande nas propostas, na discussão e no encaminhamento das questões de gênero e nós precisamos fortalecer o Fórum Permanente da Mulher, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e sensibilizar a sociedade e a administração para a necessidade de uma coordenadoria da mulher”, disse.
Há um indicativo da atual administração pela implementação da coordenadoria e o debate dentro do executivo está centrado em qual o tamanho da estrutura para este órgão e evidentemente nos custos de sua implementação. Estudos são realizados para avaliar a questão. De maneira geral, o FPM entende que é preciso, independentemente de um local específico ou de uma quantidade de servidores neste órgão, agilizar a sua implementação. “Se a estrutura é o argumento que impede a criação da coordenadoria, eu entendo que antes de mais nada é preciso começar. Precisamos avançar no que é possível e implementar este órgão para que possamos garimpar recursos do Governo Federal e concretamente melhorar o atendimento a mulher no município”, disse a vereadora Rosane Simon.
“Considero importantíssima a implementação de uma coordenadoria da mulher, porque ela mexe com o papel da mulher na sociedade. A estrutura construímos ao longo do caminho. Ela pode ser dentro de uma outra secretaria ou, como a Secretaria Nacional, ligada diretamente ao gabinete executivo, no caso de Ijuí ao gabinete do prefeito. Isto lhe daria status de secretaria”, reiterou Rosana Tenroller, coordenadora do Grupo de Políticas Setoriais de prefeitura de Ijuí. A Secretaria Nacional da Mulher foi citada como exemplo deste processo. “Quando foi implementada a 8 anos pelo governo Lula era apenas uma secretaria ligada ao gabinete presidencial. Seu trabalho e sua importância foi aumentando e agora, muito em breve, se tornará um ministério”, disse Rosana.
A proposta foi reforçada pelo Capitão Spagnol, representante da Brigada Militar. “Temos que iniciar o trabalho. Eu lembro que o processo com o trânsito foi muito parecido até chegarmos a implementação da coordenadoria de trânsito. É uma caminhada. O que não podemos é a cada final de semana verificar que um policial vai a mesma casa atender um caso de violência contra a mulher e depois que esta mulher sai da delegacia, não existe nenhuma política pública de encaminhamento para a solução definitiva daquele caso”, disse. Dados recentes indicam que no ano passado foram atendidos no município 800 casos de violência, sendo que historicamente apenas 30% das mulheres agredidas chegam a fazer a denúncia. “Quantos destes casos chegaram até um encaminhamento final”, pergunta o Capitão Spagnol.
Para Lúcia Crescente, é preciso pensar grande. “Precisamos começar, cientes de que estamos em uma caminhada e que as condições, nós iremos criando nessa caminhada. O importante e que cada um faça o seu papel e que nós tenhamos condições de avançar e enfrentar estes 800 casos. A coordenadoria é fundamental para isso”, afirmou.
A Delegada Jocelaine de Aguiar apoia a criação do órgão. “É um grande passo. Com a coordenadoria poderemos efetivar ações de atendimento e organizar a rede de proteção a mulher”. Luciene Friedrich, representante da OAB/Ijuí, também apoia a ideia. “É indispensável começarmos e a OAB estará presente dando sua parcela de contribuição neste processo”, disse.
Por fim, como encaminhamento e por sugestão da vereadora Helena Stumm Marder, o FPM tentará marcar a sua próxima reunião ordinária no Gabinete do Prefeito municipal para reforçar a defesa da criação da coordenadoria.
“Nós da UBM temos este objetivo bem claro e nossa caminhada, que não é de hoje, pela implementação da coordenadoria certamente terá sucesso. É fundamental criar este órgão para iniciarmos um novo patamar na coordenação de ações em torno da questão de gênero no município de Ijuí e de incluir este debate na rotina administrativa. Temos, através do Fórum Permanente da Mulher, o apoio de várias entidades que estão diretamente envolvidas na rede de atendimento e o debate está bem avançado”, salientou Rosane Simon.
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