que tapava essas bocas negras?
Esperavam que elas lhes lançassem louvores?
E essas cabeças que seus avós e
seus pais haviam dobrado à força até o chão?
O que esperavam?
Que se reerguessem com adoração nos olhos?
Ei-los em pé.
Homens que nos olham.
Ei-los em pé.
Faço votos para que vocês sintam
como eu a comoção de ser visto.
Hoje, esses homens pretos nos miram
e nosso olhar re-entra em nossos olhos.
Tochas negras iluminam o mundo e
nossas cabeças brancas não passam
de pequenas luminárias
balançadas pelo vento.
Jean-Paul Sartre
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