Secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Abreu
"Alemão", fez uma avaliação do cenário da disputa política no país |
O secretário nacional de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Abreu "Alemão", fez uma avaliação do cenário da disputa política no país e centrou sua exposição na necessidade do fortalecimento e organização do partido. Uma análise geral de conjuntura da política nacional também foi realizada por diversos dirigentes do estado, situando os principais desafios a serem enfrentados pelos Partido neste momento.
O deputado estadual Juliano Roso fez uma apresentação do trabalho partidário no parlamento gaúcho, com destaque para a análise crítica sobre o governo Sartori. "Trata-se de um governo que está no caminho errado. Até agora não conseguiu apresentar um caminho viável para enfrentar a crise. Tem feito cortes nas áreas mais sensíveis para a população que mais precisa, como saúde e segurança. O resultado: a segurança vive um caos e os hospitais estão fechando por falta de recursos".
Roso também criticou a estratégia do arrocho nos salários dos servidores e as ameaças de privatizações que começam a aparecer nos pronunciamentos de membros do governo. "O governo Sartori está mergulhando o estado num mar de pessimismo, o Rio Grande está retrocedendo deste jeito", assinalou.
Campanha de filiações
Roso apresentou à plenária a campanha de filiações que o partido deverá realizar entre os meses de julho e outubro em uma primeira fase. Sob o slogan "PCdoB: democracia, desenvolvimento, igualdade", a campanha deve ter como foco o crescimento da sigla entre os movimentos sociais, as lideranças que defendem as causas diversas da sociedade, lideranças eleitorais e a intelectualidade. A campanha também será apresentada nas inserções de TV e rádio nos dias 17, 20, 22 e 24 de julho.
Segundo o secretario estadual de Organização do PCdoB RS, André Coutinho, o próximo período deve ser de intensa luta política, crescimento e organização para o partido no estado. As Conferências Municipais deverão ocorrer até outubro e serão oportunidade para debater amplamente com a sociedade as ideias e propostas do PCdoB. O plano da secretaria é organizar o partido em todos os municípios gaúchos com mais de 10 mil eleitores, já preparando a sigla para o pleito de 2016.
Antigos militantes se filiam ao PCdoB
Num momento de muita emoção para os presentes, o ato de filiações de Bruno Mendonça Costa, Eunice Costa e Pedro Machado Alves reuniu ainda antigos dirigentes do Partido no estado, entre eles, Agenor Castoldi, o Gurjão (codinome usado durante a ditadura), de Ijuí. Além do ato de filiações, o grupo reuniu-se para recuperar a memória deste período político do Partido no estado.
Camarada Agenor Castoldi (D), em ato de filiação de antigos militantes |
Esposa de Bruno, Eunice Costa, 82 anos, nunca havia se filiado ao PCdoB, por uma questão de segurança. Durante a ditadura, caso houvesse problemas com a repressão – como, de fato, houve com seu marido – era preciso haver alguém para cuidar dos filhos. No entanto, Eunice sempre acompanhou Bruno. Ela era bancária e perdeu o seu emprego quando das perseguições ao marido.
Pedro Alves, 76 anos, é filho de pais agriculturas, nascido em Santo Antônio da Patrulha. Em Porto Alegre, trabalhando na indústria, passou a integrar a Juventude Operária Católica. Mais tarde, tornou-se uma das principais lideranças do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre e região. Nesse período, conheceu Huberto Bronca e João Carlos Haas, ambos militantes do PCdoB, que posteriormente vieram a ser mortos na guerrilha do Araguaia, e acabou integrando o partido. Em maio de 1969, foi preso e torturado no DOPS/RS.
Terminada a ditadura, Pedro ajudou na organização do PT, no qual militou por anos, e formou-se Engenheiro Operacional, com especialização em Engenharia de Segurança, função que exerce até os dias atuais. Hoje, Pedro retorna ao PCdoB.
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