segunda-feira, 13 de julho de 2015

Partido debate mobilização, organização e lança campanha de filiações em encontro estadual

Secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Abreu "Alemão",
fez uma avaliação do cenário da disputa política no país

Realizado no sábado (11), o Encontro Estadual Sobre Questões do Partido reuniu, em Porto Alegre, cerca de 180 dirigentes municipais do PCdoB no RS. O evento serviu para debater o posicionamento da sigla na luta política atual e o plano de mobilização para o próximo período que envolve a realização das conferências municipais e estadual e uma campanha de filiações.

O secretário nacional de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Abreu "Alemão", fez uma avaliação do cenário da disputa política no país e centrou sua exposição na necessidade do fortalecimento e organização do partido. Uma análise geral de conjuntura da política nacional também foi realizada por diversos dirigentes do estado, situando os principais desafios a serem enfrentados pelos Partido neste momento.

O deputado estadual Juliano Roso fez uma apresentação do trabalho partidário no parlamento gaúcho, com destaque para a análise crítica sobre o governo Sartori. "Trata-se de um governo que está no caminho errado. Até agora não conseguiu apresentar um caminho viável para enfrentar a crise. Tem feito cortes nas áreas mais sensíveis para a população que mais precisa, como saúde e segurança. O resultado: a segurança vive um caos e os hospitais estão fechando por falta de recursos".

Roso também criticou a estratégia do arrocho nos salários dos servidores e as ameaças de privatizações que começam a aparecer nos pronunciamentos de membros do governo. "O governo Sartori está mergulhando o estado num mar de pessimismo, o Rio Grande está retrocedendo deste jeito", assinalou.

Campanha de filiações
Roso apresentou à plenária a campanha de filiações que o partido deverá realizar entre os meses de julho e outubro em uma primeira fase. Sob o slogan "PCdoB: democracia, desenvolvimento, igualdade", a campanha deve ter como foco o crescimento da sigla entre os movimentos sociais, as lideranças que defendem as causas diversas da sociedade, lideranças eleitorais e a intelectualidade. A campanha também será apresentada nas inserções de TV e rádio nos dias 17, 20, 22 e 24 de julho.

Segundo o secretario estadual de Organização do PCdoB RS, André Coutinho, o próximo período deve ser de intensa luta política, crescimento e organização para o partido no estado. As Conferências Municipais deverão ocorrer até outubro e serão oportunidade para debater amplamente com a sociedade as ideias e propostas do PCdoB. O plano da secretaria é organizar o partido em todos os municípios gaúchos com mais de 10 mil eleitores, já preparando a sigla para o pleito de 2016.

Antigos militantes  se filiam ao PCdoB
Num momento de muita emoção para os presentes, o ato de filiações de Bruno Mendonça Costa, Eunice Costa e Pedro Machado Alves reuniu ainda antigos dirigentes do Partido no estado, entre eles, Agenor Castoldi, o Gurjão (codinome usado durante a ditadura), de Ijuí. Além do ato de filiações, o grupo reuniu-se para recuperar a memória deste período político do Partido no estado.

Camarada Agenor Castoldi (D), em ato de filiação de antigos militantes
Nascido em Cachoeira do Sul em 1937, Bruno se formou em Medicina na UFRGS em 1963, é mestre em Farmacologia e doutor em Psiquiatria pela UFRJ. Em 1971, ainda em sua primeira passagem pelo PCdoB, quando era secretário de Finanças, foi preso e submetido às mais bárbaras torturas no DOPS/RS e na OBAN/SP. Com a redemocratização, ajudou a fundar o PSB, do qual se desfiliou há algum tempo, retomando agora ao PCdoB.

Esposa de Bruno, Eunice Costa, 82 anos, nunca havia se filiado ao PCdoB, por uma questão de segurança. Durante a ditadura, caso houvesse problemas com a repressão – como, de fato, houve com seu marido – era preciso haver alguém para cuidar dos filhos. No entanto, Eunice sempre acompanhou Bruno. Ela era bancária e perdeu o seu emprego quando das perseguições ao marido.

Pedro Alves, 76 anos, é filho de pais agriculturas, nascido em Santo Antônio da Patrulha. Em Porto Alegre, trabalhando na indústria, passou a integrar a Juventude Operária Católica. Mais tarde, tornou-se uma das principais lideranças do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre e região. Nesse período, conheceu Huberto Bronca e João Carlos Haas, ambos militantes do PCdoB, que posteriormente vieram a ser mortos na guerrilha do Araguaia, e acabou integrando o partido. Em maio de 1969, foi preso e torturado no DOPS/RS.

Terminada a ditadura, Pedro ajudou na organização do PT, no qual militou por anos, e formou-se Engenheiro Operacional, com especialização em Engenharia de Segurança, função que exerce até os dias atuais. Hoje, Pedro retorna ao PCdoB.