segunda-feira, 19 de maio de 2014

Agenor Castoldi recebe homenagem da CTB pela luta contra a ditadura

Agenor Castoldi recebe homenagem das mãos do
Presidente Nacional da CTB Adilson Araújo

Foi para relembrar as novas gerações das atrocidades cometidas pela ditadura civil-militar implantada no Brasil em 1964, que a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) promoveu na quarta-feira (14/5) emocionante ato em homenagem aos trabalhadores e trabalhadoras vítimas do regime militar. O ato ocorreu na cidade de São Paulo e teve apoio da Fundação Maurício Grabois e do grupo de trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical” da Comissão Nacional da Verdade que apura os crimes cometidos durante o período. Um dos homenageados foi o Professor Agenor Castoldi, um dos protagonistas da luta contra o regime militar em nossa região.

“Quando analisamos sob um ponto de vista classista o golpe militar de 1964 não restam dúvidas de que os trabalhadores e trabalhadoras foram suas maiores vítimas, ao passo que inegavelmente a burguesia e o imperialismo foram seus beneficiários”, diz Adilson Araújo, Presidente Nacional da CTB.

Realizando a retrospectiva dos fatos, ao contemplar interesses do patronato nacional e estrangeiro, o regime militar extinguiu a estabilidade no emprego, amordaçou os sindicatos, impôs o arrocho dos salários e revogou a lei que restringia as remessas de lucros ao exterior pelas multinacionais. No mesmo espírito impediu a realização das reformas de base que o presidente Goulart corajosamente pretendia promover. A ditadura perseguiu, prendeu, torturou e matou milhares de trabalhadores e trabalhadoras, interveio nos sindicatos, aterrorizou as lideranças populares e impôs uma longa e dolorosa noite de obscurantismo.

Ao ressaltar que o povo brasileiro não parou de lutar, coube à classe trabalhadora um protagonismo evidente nas grandes batalhas contra o regime militar e pela democracia. Neste contexto é importante lembrar as greves operárias que sacudiram o ABC paulista no final dos anos 1970 já anunciando o fim do regime e o papel determinante na memorável campanha das Diretas Já realizadas em 1984, há precisamente 30 anos, que abriram caminho à reconquista da democracia.

Mortos e desaparecidos foram lembrados com cartazes
“A CTB presta esta homenagem aos trabalhadores e trabalhadoras que com sua abnegação propiciaram a chance de estarmos respirando liberdade por quase 30 anos”. A homenagem se estendeu a muitos sindicalistas mortos em combate, nos porões da ditadura ou assassinados por pistoleiros a mando de latifundiários. Por isso, foi impossível nominar todos esses heróis do povo brasileiro, mas a citação do líder sindical rural Expedito Ribeiro de Souza, “cabra marcado para morrer”, assassinado em 1991 e aos guerrilheiros do Araguaia covardemente assassinados por uma força de repressão descomunal quis relembrar a cada um que tombou nesta luta.

Muito emocionado, Agenor Castoldi disse que neste ato o Movimento Sindical voltou seu olhar para um período obscuro pelo qual passou o país, retomando parte desta história, honrando o legado dos que lutaram e também daqueles que desapareceram. “Muitos de nós estiveram esquecidos, porque suas vidas e o legado de suas lutas foi violentamente ceifado pelo regime militar. Os cartazes citando o nome das pessoas que desapareceram nos emociona. É uma justa homenagem a história de luta do povo”, concluiu.

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