Apesar da pequena participação da comunidade em geral e de militantes, um bom debate foi desenvolvido pelos presentes. “É um tema fundamental para a atualização do nosso Programa Partidário e conseguimos realizar o debate na região, formulando algumas contribuições para serem encaminhadas à conferência estadual do Partido sobre o tema”, explicou Ângelo Schiavo, presidente do PCdoB de Ijuí.
A conferência iniciou com a apresentação do dossiê “A questão ambiental e a biodiversidade”, produzido pelo Departamento Nacional de Quadros da Secretaria Nacional de Organização do PCdoB.
Para o PCdoB, a questão ambiental parte de pressupostos marxistas. Em primeiro lugar está o ponto de vista de Karl Marx que considera o homem como parte integrante da natureza. “Marx diz explicitamente, no livro O Capital, que a ‘preservação da natureza é a própria preservação humana’. Isso demonstra o destaque que Marx dava para a questão da natureza, já que naquela época a questão propriamente ambiental não era colocada como é hoje”, destaca o Secretário Nacional de Meio Ambiente do Partido, Aldo Arantes.
Diversas questões foram apontadas pelos participantes da conferência. Segundo eles, há a necessidade de maiores investimentos e uma melhor estruturação dos órgãos de fiscalização nos três níveis de poder. Há também a necessidade de uma atuação “horizontal”entre as secretarias nos três níveis e destas com as demais secretarias de governo. A participação do sociedade civil também foi debatida. Para os presentes deve-se incentivar o debate em instâncias como os Fóruns da Agenda 21 e principalmente, investir em educação ambiental, com a sugestão até de que este tema entre para a grade curricular do ensino público e privado no país.
Houve consenso entre os presentes relativo ao fato de que é a lógica do capital que atua de maneira decisiva, provocando as crises ambientais.
Um dos exemplo disso são os laboratórios farmacêuticos que buscam patentear princípios ativos naturais apropriando-se inclusive dos conhecimentos populares sobre substâncias de origem animal e vegetal. “A Jararaca é uma das cobras mais comuns em nosso país e o seu veneno é fonte de 38 princípios ativos, dentre eles o que está nos remédios contra a hipertensão”, explicou a Coordenadora do Fórum da Agenda 21, Francesca Ferreira.
Para Israel Rocha, há a necessidade de maior investimento na divulgação e em políticas que permitam a sociedade e às comunidades se apropriarem novamente dos conhecimentos populares sobre ervas e plantas. “Antigamente até uma criança sabia para que uma erva servia. Hoje em dia estamos todos dependentes de remédios químicos e por consequência da lógica do capital”.
“Cumprimos a tarefa de ampliar o debate e de integrar uma parcela da militância e da sociedade civil organizada com o debate sobre meio ambiente realizado pelo PCdoB. Esta relação e integração é importante e significativa para enfrentarmos a crise ambiental localmente, mas também contribuindo para este enfrenamento no estado e no país”, concluiu Ângelo Schiavo.
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