terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Seminário debate poder e políticas públicas para as mulheres



Boas perspectivas. Esta é a definição da maioria das mulheres após participarem do Seminário "Poder e Políticas Públicas para as Mulheres" ocorrido no último fim de semana em São Paulo. O objetivo do seminário, promovido pelo PCdoB, foi de homenagear e contribuir para o mandato das mulheres que concorreram às eleições deste ano e reuniu representantes de diversos estados. Uma das participantes foi a vereadora reeleita Rosane Simon. “Tenho que agradecer ao meu partido por nos proporcionar estes momentos de formação política e social e também de debater não só a participação da mulher na política e na sociedade, mas também a conjuntura e o desenvolvimento do Brasil numa perspectiva de igualdade”.

Nestas eleições, o PCdoB elegeu três mulheres prefeitas, 19 vice-prefeitas e 133 vereadoras.

A abertura do evento ocorreu na manhã do sábado (8). Além da secretária nacional da Mulher do PCdoB, Liège Rocha, estiveram presentes o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, e a vice-prefeita eleita de São Paulo, Nádia Campeão. “Temos muito que comemorar. Podemos melhorar o desempenho das mulheres na política. Faremos o que for possível para representar bem o nosso partido e também as mulheres. A mulher pode fazer muito bem e tem condições de combinar suas lutas pessoais com as políticas”, agradeceu a vice-prefeita eleita.

Mostrando os obstáculos enfrentados pelas mulheres que se inserem na política brasileira, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, fez um balanço. “Para vocês romperem essas amarras não foi nem é nada fácil”, afirmou.

Para finalizar sua participação, o presidente nacional do Partido falou sobre as bandeiras de luta e a necessidade dos mandatos trabalharem na defesa dessas ideias. “Os 10% do PIB para a educação é uma bandeira do nosso partido, e a presidenta apoiou esta ideia.” Renato Rabelo destacou também que o PCdoB luta pela redução de jornada de trabalho para 40 horas semanais e o fim do Fator Previdenciário.

Dados indicam avanços, mas apontam desigualdades
Conforme estudos realizados pelo IBGE sobre a redução das desigualdades de gênero na América Latina, Caribe (ALC) e Brasil, as mulheres já ultrapassaram os homens em quase todos os níveis de educação. “No entanto, na política os avanços andam a passos de tartaruga. No Brasil, 1.325 municípios não elegeram nenhuma mulher vereadora este ano. Em contrapartida, temos 23 localidades em que elas são a maioria. As cidades de Fronteiras e Barras, no Piauí, contam com 60% de representatividade feminina nas câmaras municipais”, apontou o demógrafo e professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, José Eustáquio Diniz Alves. Pesquisas recentes apontam que as mulheres da chamada classe C são as principais responsáveis pelo orçamento familiar, respondendo por 37% da renda total da classe média. Estas mulheres é que fizeram circular em 2010 cerca de R$ 158 bilhões.

O “Plano Nacional de Políticas para Mulheres” foi outro tema de pauta. A economista e coordenadora geral do Programa de Ações da Educação da Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República, Hildete Pereira explicou sua funcionalidade e fez um breve histórico do programa. “Nos últimos 40 anos, a política ressurge com muita força para as mulheres”, disse.

No domingo (9), o Seminário teve início com a palestra sobre o Plano Nacional de Desenvolvimento, apresentada pelo jornalista Dilermando Toni. “De 1930 a 1980, a taxa média de crescimento foi a maior mundo ocidental, chegando a 7% ao ano. Com isso, foi possível a industrialização do país”, explicou.

A atuação política teve um recorte especial. O assessor parlamentar da liderança do PCdoB na Câmara Federal, Guilherme Assunção, falou sobre o funcionamento das instituições brasileiras e como as parlamentares comunistas podem aproveitar bem seus mandatos.

A secretária nacional da Mulher do PCdoB, Liège Rocha, abordou as bandeiras de luta das mulheres. Problemas relacionados ao aborto foi uma delas, já que essa é a terceira causa de mortalidade materna no Brasil. Ela também apresentou estudos mostrando algumas particularidades na população feminina de nosso país que devem ser ressaltadas.

“As mulheres já são mais da metade da população brasileira e cada vez mais decisivas na economia e na política. Assumem, também, papel de destaque nos municípios. São elas as beneficiárias diretas dos principais programas sociais do governo federal: Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida”, finaliza.

A vereadora Rosane Simon salientou que o grande desafio é ampliar a participação e o protagonismo das mulheres na sociedade.  “Fico entusiasmada porque são momentos assim que reforçam a nossa convicção e ampliam a nossa mobilização como protagonistas na luta pela diminuição das desigualdades e também pelo desenvolvimento social e político do país.

Com informações de Mariana Castelar para o Vermelho

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