domingo, 22 de maio de 2016

Eleições municipais: prioridade é um novo projeto para Cidade

O PCdoB de Ijuí realizou reunião ordinária do seu Comitê na tarde deste sábado (21), em que tratou da conjuntura nacional, especialmente em relação ao golpe político pela saída da Presidenta Dilma Rousseff e também debateu a atuação do Partido nas eleições municipais deste ano. Coordenada pela Presidenta do Partido, Vereadora Rosane Simon, o encontro iniciou com o relato da situação adversa e grave, especialmente para o povo e para a democracia, pela qual passa o país.

Rosane Simon, que esteve em Brasília participando da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, presenciou o ambiente na capital federal no dia da votação no Senado, que definiu o afastamento de Dilma por 180 dias. “Dilma abriu o encontro de mulheres e fez uma fala consciente dos erros e acertos do seu governo, mas se mostrou firme e com disposição para combater o golpe. Nosso Partido tem um histórico de luta e de conquistas para o povo e está nessa luta ao lado da Presidenta Dilma”, afirmou Rosane. Para a Vereadora, o governo interino golpista mostrou a que veio em apenas uma semana, desmontando ministérios importantes que tinham clara função social e reprimindo com violência os movimentos de resistência do povo.

Junior Piaia, pré-candidato do Partido a prefeito de Ijuí, contextualizou o cenário político em que o golpe está dado, ressaltando que a mídia, a oposição e setores do judiciário promoveram o golpe, financiados por interesses externos que tem como objetivo aplicar um projeto neoliberal a partir dos interesses do capital rentista internacional. “É um projeto antipopular e por isso os atos de violência da polícia. Um projeto antipopular só se implementa com violência e truculência contra o povo. Nosso papel neste momento é intensificar a resistência e a unidade dos movimentos progressistas e populares contra o golpe e pela saída deste governo ilegitimo”, afirmou.

Partido apresenta 3 nomes para disputar prefeitura de Ijuí

Piaia também contextualizou a política no município com o cenário político nacional, lembrando que desde março deste ano, quando a situação nacional conturbou-se, o debate local foi congelado e houve certa dificuldade de contatos e movimentos em direção a outras siglas para a eleição municipal, devido as diferentes posições dos Partidos em relação ao cenário geral. Para o PCdoB, este cenário modificou-se muito em relação a pré candidatura de Piaia a prefeitura, lançada anteriormente a este período de turbulência na política nacional, quando a intenção do Partido era de novamente viabilizar uma coligação com possibilidade de disputar a prefeitura em torno de seu nome.

“Nosso histórico é de oposição ao projeto que governa a cidade a quase 30 anos. Mas para termos uma candidatura com capacidade de disputa nestas eleições, o leque de forças da oposição tem que estar unido em torno de um projeto que não é de direita ou esquerda, mas um projeto novo e alternativo ao continuísmo daquilo que todos conhecemos e que quase nada de novo apresentou para a cidade de Ijuí nos últimos anos”, argumentou Piaia.

Para o PCdoB, o debate no município não pode ser minimizado por um embate entre “direita” e “esquerda”, ainda que pesem as posições dos diferentes Partidos na política nacional, mas deve priorizar uma estratégia de modernização da administração no município. Segundo o Partido, é latente a vontade da população por um governo mais avançado e democrático em relação a um projeto desgastado e que não traz novidade para o cenário político local. Ainda segundo o PCdoB, nos últimos anos a administração trabalhista demonstram uma visão totalitária e não dialética com a sociedade e com as forças produtivas do município.

No sentido de abrir novas possibilidades e alternativas de composição para estas eleições, considerando um entendimento entre as forças políticas, o PCdoB resolveu nesta reunião, ampliar o debate de nomes para compor uma chapa majoritária. Além da pré-candidatura a prefeito de Junior Piaia, os nomes de Rosane Simon e do médico Ricardo Pittas são cogitados pelo Partido.

Ricardo Pittas, Rosane Simon e Junior Piaia
“Nunca estivemos e não estaremos omissos na disputa a majoritária. Mantemos nossa coerência política e ideológica com as forças progressistas e democráticas, mas também manteremos nosso compromisso com o povo de Ijuí, de um novo projeto administrativo que dê as respostas que a sociedade ijuiense demanda já há muito tempo. Achar que tanto faz, não é o papel histórico do nosso Partido”, concluiu Piaia.

O PCdoB mantêm a disponibilidade de entendimento com todos os partidos no sentido de viabilizar um novo projeto administrativo para a cidade e não descarta, em última instância e diante do cenário político, a possibilidade de uma candidatura própria para a majoritária.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Usina para queima de lixo em Panambi gera mobilização dos catadores

A Vereadora Rosane Simon esteve reunida na manhã desta terça-feira (17) com representantes dos movimentos de catadores. Além do Gabinete da Vereadora, a reunião teve a participação de Douglas Filgueiras da AVESOL (Associação do Voluntariado e da Solidariedade), de Luiz Viriato dos Santos da ARL 6 (Associação de Recicladores da Linha 6), de Nildo Taborda de Melo da Acata (Associação de Catadores de Material Reciclável de Ijuí) e de Adriano Schröer, representante da InterSindical no Conselho Municipal de Meio Ambiente (Consema).

Rosane, Douglas, Nildo, Adriano e Luiz Viriato
O movimento dos catadores está preocupado com a proposta de implantação de uma usina para queima de lixo na cidade de Panambi. Tramita no legislativo ijuiense um projeto de lei solicitando autorização para que o município participe do consórcio intermunicipal com as cidades de Panambi e Condor que entregará lixo para queima nesta planta.

O projeto foi debatido na reunião das comissões do legislativo na última sexta-feira (13), em que estiveram presentes representantes do Consema, do Fórum da Agenda 21 de Ijuí e da Aipan (Associação Ijuiense de Proteção ao Ambiente Natural). A Agenda 21 de Ijuí e a Aipan entregaram ofício aos Vereadores solicitando que a proposta seja reprovada. O movimento ambiental apresentou uma série de argumentos que expõem inviabilidade econômica, social e ambiental deste tipo de processo. Entre os principais argumentos estão a falta de segurança em relação aos resíduos que podem gerar diversos tipos de toxinas e metais pesados no meio ambiente. Especialmente, o processo inverte a lógica dos R's (reduzir, reutilizar e reciclar) levando inclusive rejeitos secos para a queima, material que na separação correta de rejeitos, é destinado para as associações de catadores. O processo de queima de rejeitos é contrário a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, determinada pela Lei Federal nº 12.305/2010.

“Defendemos a inclusão produtiva dos catadores e para isso lutamos por políticas públicas inclusivas e que considerem este componente social no tratamento de resíduos”, argumentou Douglas Filgueiras. Para ele, as plantas de queima de resíduos, além dos riscos ambientais, excluem os catadores do processo e isso tem um forte impacto social.

Os representantes das associações questionaram sobre a ausência de um plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos - PMGIRS no município e cobraram que o legislativo entre nesse debate. Rosane Simon garantiu que levará o tema ao plenário e buscará articulação neste sentido. O PMGIRS tem a função de diagnosticar o contexto da geração de resíduos no município, definindo diretrizes, estratégias e metas que nortearão as ações.

“A destinação de resíduos é um problema que grande parte dos municípios de todo o país enfrentam. O tema envolve uma série de componentes que não podem ser ignorados por quem legisla ou governa. Acho que o debate deva ser mais aprofundado e acho que temas como a adesão do município ao consórcio que emprega um processo com tantos questionamentos e dúvidas deva ser resultado de um debate maior, amplo, e que tenha como resultado um plano municipal de gestão”, defendeu a Vereadora.

A Câmara de Vereadores de Ijuí chamará uma audiência pública para debater a inserção do município no consórcio intermunicipal da usina para queima de rejeitos. O movimento ambiental e dos catadores se articula na região para garantir que o município de Ijuí implemente ações coerentes com a PNRS. “Eu acompanho e participo deste debate desde o primeiro ano do meu primeiro mandato e sempre defendemos ações que priorizem o que está indicado no PNRS. O caminho é avançarmos no PMGIRS e em cima deste diagnóstico, balizarmos as ações no município”, concluiu Rosane Simon.